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Pra começar, gostaria de agradecer por todas as mensagens que ando recebendo de profissionais que estão iniciando a carreira e gostariam de saber o que me motivou a ser autônoma. Para vocês, dedico esse post!

Já trabalhei por 5 anos em empresas. Isso é muito pouco tempo, se você parar pra pensar nos profissionais que ficam 10 anos na mesma empresa. Mas já foi tempo suficiente pra eu perceber que não é lá minha praia. Gosto de empresas que investem em seus profissionais, que não os vêem como descartáveis, e sim como um “membro da família”. Por uma empresa assim, eu largaria minha autonomia FELIZ.

Mas ainda não encontrei essa empresa mítica. Nem sei de nenhum ônibus confortável que me leve até meu local de trabalho em menos tempo do que eu preciso para sentar ao meu computador. Nem encontrei empresas que ficassem abertas 24 horas por dia, pro profissional poder trabalhar no turno em que achar melhor e por quantas horas precisar. Também ainda não encontrei uma empresa que me permitisse tirar férias quando eu quiser ou almoçar vendo seriado. Nem atender ligações pessoais no local de trabalho. A real é que eu posso fazer tudo isso no meu próprio escritório, aqui em casa. :)

Some a isso tudo o fato de que não tenho chefe, não tenho que lidar com as mesmas pessoas várias horas por dia, cinco dias por semana, nem fico presa no engarrafamento e acabo me atrasando. Também posso comer comida caseira todo dia no almoço e não tem aquela questão super chata – as pessoas fingem que não ligam pra isso, mas SUPER ligam, que eu SEI! – de ter que fazer nº 2 no banheiro da empresa, com todo mundo ouvindo as onomatopeias… (Se fizeram um episódio de How I Met Your Mother sobre isso, é porque é FATO que muita gente pensa assim! Então, tenho dito.)

Mas, como sempre, serei sincera. Esse monte de prós, ainda assim, não são o suficiente para algumas pessoas escolherem a carreira de autônomo. E eu entendo por quê. Embora, graças a Deus, eu tenha conquistado clientes fixos ao longo dos anos, ainda assim há meses em que ganho mais, outros em que ganho menos. E, para muitos (às vezes, até para mim mesma), essa instabilidade é um contra que vale por 10. É por isso que, antes de aconselhar as pessoas, eu costumo perguntar o seguinte: O que você faz com seu dinheiro?

Você costuma fazer viagens ou gastar em coisas supérfluas quando sobra dinheiro no final do mês? Você tem o hábito de fazer compras parceladas? Você torra muito dinheiro em cartões de crédito? Você tem carro ou algum outro bem que dê despesas fixas todo mês (como, por exemplo, prestações ou seguro automóvel)?

Se a resposta para as perguntas acima foi “sim”, então você precisa de uma renda fixa todo mês. Do contrário, poderá ficar com suas finanças deficitárias e começará certos meses no vermelho. E isso pode ser muito frustrante.

Agora… Você consegue planejar com antecedência as despesas que terá? Você tem um custo de vida baixo? Você abriria mão de gastar com viagens ou lazer para quitar dívidas? Você gosta de poupar dinheiro ou fazer investimentos em títulos de capitalização ou previdências de curto prazo? Você conta com a garantia de um cheque especial na sua conta corrente ou crédito pré-aprovado em seu banco? Você tem alguém com quem você divida suas contas (seus pais, cônjuge, alguém que divida o apartamento com você) e que possa ajudá-lo nos meses de “vacas magras”?

Se a resposta para essas perguntas foi “sim”, então talvez você consiga encarar a instabilidade da autonomia profissional. Não ter renda fixa significa guardar todo o dinheiro que sobrar ou usá-lo para antecipar pagamentos futuros, caso você não tenha dinheiro no mês seguinte. Significa economizar dinheiro para pagar por viagens à vista, em vez de parcelar em 10 cheques ou coisa do gênero. Significa reduzir suas despesas fixas a um mínimo, já que você tem que estar preparado todo mês para o caso de não receber trabalhos.

Pergunte a si mesmo essas coisas e pense com calma. Lembre-se sempre que ganhar dinheiro não é fácil, exige dedicação e decisões difíceis. Até mesmo para o profissional autônomo.

Por outro lado, caso o seu problema seja preguiça de trabalhar (o que é super normal, por sinal – todo mundo é humano e tem seus momentos de preguiça), a Mega Sena ‘tá aí, à disposição. Vá à loteria mais próxima e tente a sorte! 😉 Mas vou fazer a chata e lembrá-lo de que até ganhar na loteria pode ser difícil. E bem mais improvável do que encontrar a empresa dos sonhos que descrevi ali em cima.

Aperto de mão,

Ana

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